quinta-feira, 10 de junho de 2010

Preguiça e Tecnologia




Tenho notado uma preguiça muito grande por parte da juventude. Principalmente dos bairros pobres. E por incrível que pareça, vou culpar o excesso de tecnologia. A Internet, o Orkut, o MSN, o celular, o MP3, 4,5, ...10, a calculadora, a tv a cabo, etc.


O pobre quando consegue o básico da tecnologia, passa a não querer mais pensar. Desde que os professores começaram a aceitar trabalho escolar impresso, a quantidade de alunos que não sabe ler ou escrever aumentou. O cara já não se esforça nem para ler o que foi colado da net para o Word, virou bagunça. E ainda faz questão de exibir a nota dez que recebeu e que na verdade não pertence a ele. Está roubando os créditos intelectuais de alguém. Vem daí, talvez, uma das maiores piratarias. Uma vergonha.

Antigamente, as professoras exigiam do aluno uma organização em sua pesquisa que começava pela capa do trabalho. Com capa desleixada, a professora nem recebia. Mandava organizar. Hoje, mal olham para a cara do aluno, não sabem o sobrenome. Triste assim.

Os telefones celulares são para jogos e trotes ou para vídeos de violência ou sexo. A última coisa que fazem com o celular é falar. Comunicação não há, são muletas na língua e no cérebro.

O Orkut virou a latrina da Língua Portuguesa. Tem tanto erro de português que chega a dar nojo. Todo mundo quer ter uma página para exibir um conteúdo raso, chucro e sem fundamento. Em algumas páginas, há a exposição exagerada da pessoa e de sua própria família, sem nenhuma necessidade. As pessoas fotografam e jogam na Net todas as suas visões, sendo elas deturpadas ou não. Foi profética a frase de Andy Warhol, que na década de 1960 começou a pintar produtos norte-americanos famosos, como latas da sopa Campbell's e garrafas de Coca-Cola, ou ícones de popularidade, como Marilyn Monroe. Disse ele: "um dia, todos terão direito a 15 minutos de fama" ao comentar obras próprias baseadas em acidentes automobilísticos, em especial o de uma ambulância. E isso vem acontecendo cada vez mais. E o que é pior, o Orkut é uma rede de mentiras. Crianças estão lá, cidades inexistentes, retratos inventados, vida pessoal fantasiosa é um barril de pólvora pronto para explodir quando todas essas pessoas, um dia, descobrirem, por elas mesmas, que não existem e que terão que começar do zero.

Através do MSN, as amizades mais bizarras acontecem. O que mais me chamou a atenção foi o caso do suicídio do garoto Yõnlu de 15 anos que foi direcionado e apoiado para uma morte já antes construída entre ele mesmo e seu grupo. O caso do cara que comia gente e que conseguiu pela Internet alguém para ser devorado. Fora as armadilhas sexuais, as mentiras sensuais, as fantasias neuróticas de tantas pessoas que são levadas à banca rota por serem infantis e carentes de amigos de verdade, de carne e osso.

Na parte musical, um transtorno só. As mulheres são tratadas como vadias e os caras como cornos, ofendidos por essas vadias. Então, as músicas geralmente inspiradas nos sons americanos, são de teor ofensivo, reclamando da sociedade, das mulheres, dos governantes e das condições de vida, porém, de forma muito agressiva. Como por exemplo uma que traduzida diz o seguinte:”... mata essa vadia, cega essa vadia...” Pode algo tão agressivo assim? São letras como essas ou parecidas que estão nas cabeças mais jovens no momento. Nunca se viu tanta mulher fruta como hoje em dia. O grande Chris Rock critica veementemente o Rap atual que tomou um caminho bem diferenciado do que na proposta anterior quando falava-se mais de soluções da problemática do que do famoso 3 “Ps”: Puta, Preto, Pobre. Num mundo onde a minoria não tem direito a quase nada, a voz de quem reclama é essencial nessas horas. Porém, se essa voz transforma-se numa piada... O sexo pisca na Internet. Já não se tem mais dificuldade para um menor ver quantas mulheres peladas quiser. Antigamente, o menino tinha que negociar tantas coisas para conseguir uma revista chinfrin. Por exemplo, um livro de bang-bang, geralmente trazia em sua contra-capa, a foto de uma mulher seminua e por causa disso, a maioria dos livrinhos eram postos lá no fundo da banca ou tinham um papel cobrindo a tal mulher e era plastificado. Hoje, isso é uma comédia, pois a capa da Playboy fica exposta em todos os lados das bancas.

Tem gente que não devia ter acesso a tecnologia para que não mudasse a vida para pior.

Comecei a ter receios de uma mudança negativa nas escolas, quando o uso da calculadora pôde ser aceito na sala de aula. À partir daí, até a quantidade de professores de matemática, diminuiu. Fica difícil encontrar alguém que faça conta de cabeça ou até mesmo na ponta do lápis. Para que? Existe a calculadora.

Resumindo, tecnologia é para quem quer aperfeiçoar seu aprendizado e não para semi-analfabetos ou analfabetos.

Algumas pessoas podem até me criticar dizendo que o sol é para todos. Concordo, só discordo quando usam o sol para obter câncer de pele.

Pela tecnologia aliada à responsabilidade!




Maiores informações:mon.ban@terra.com.br

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O patinho feio