A educação é a arma da paz.
Quando um povo estreita relações com as diversas disciplinas de um grupo organizacional como, por exemplo, uma universidade, pode-se dizer que o pior já passou. Cabeças serão mudadas e novos pensamentos e pensadores irão surgir. O homem que pensa elucida questões básicas da sua vida. Ele tem mais consciência das suas responsabilidades e sabe que ninguém poderá dissuadi-lo do seu vínculo com o saber. É só ele e as palavras, o enredo, o contexto, o texto e o conhecer do homem sobre o próprio homem.
A distância que existia daquele ser humano da mediocridade era quase nenhuma e quando ele descobre o saber, a prática do aprender, a distância além de se tornar muito maior, faz com que os medíocres à sua volta, sejam atingidos e também queiram modificar as suas vidas. O homem que consegue “ouvir” o chamado é um abençoado.
Nas comunidades em que por vezes, visito, encontro algo muito mais perigoso que a violência. A maioria das pessoas, não consegue ouvir e sem ouvir não consegue aprender. Logo, é uma comunidade que frequenta a escola, mas não aprende.
Pesquisando durante, três anos de forma sutil, uma comunidade que não vou revelar o nome, descobri uma angustiosa solidificação de analfabetismo auditivo. Eu chegava nas casas, começava uma conversa, era chamada para um cafezinho e por vezes, até jantava. Sempre na parte da tarde. Conversa vai conversa vem, o assunto era a vida dos outros e reclamações do cotidiano pessoal. Aí, para eu poder chegar aonde eu queria, pedia para ligar a televisão. E feito isso, sentávamos todos, cinco, dez pessoas, da família ou não e se estivesse passando um desenho, alguns ficavam rindo, olhando com atenção.
Atenção: desenho de luta ou de violência, coisas delicadas, não prendiam a atenção. Vejam a lista das ações emocionais, visuais e audiovisuais de cada programação assistida em grupo:
Novela das seis: Quase nenhuma audiência. Dispersão. Muitas vezes, até surgiam conversas como se a tv estivesse desligada.
Novela das sete: Aumentava o interesse. Mais maldades, achaques, violência média, romance mais apimentado, etc. Risos e até aplausos.
Novela das oito: por incrível que pareça, nessa comunidade, audiência, zero. Nessa hora, a maioria saía para conversar com alguns vizinhos e voltava para ver os filmes de violência da madrugada. Para não dizer que o horário das 21 horas era completamente descartado, havia uma novela chamada Mutantes que fazia o maior sucesso entre eles. Donde concluí que fazia sucesso por causa do forte apelo visual.
Quando, de repente, eu perguntava: vocês ouviram o que a fulana disse? A resposta era: eu não prestei atenção. Isso era geral. Ninguém ouvia, só via. Durante três anos observei e não sei porque isso acontecia.
P.S. em nenhum momento, mesmo em cenas dramáticas, consegui ver nenhuma manifestação com lágrimas. Se isso acontecesse, era pelo fato de muito riso. E pasmem, ver alguém morrendo ou apanhando, só fazia a felicidade crescer. Coisa de maluco. Eu voltava para casa pensando em que mundo estava vivendo.
A minha pergunta é: por que determinadas pessoas só vêm e não conseguem ouvir? E quando tentamos ensinar, elas não conseguem manter o foco? Isso é físico, psicológico, emocional ou existe algum transtorno psiquiátrico?
Será que alguém poderia responder essa pergunta?
Mônica Banderas
Um comentário:
Muy agradecido, MONICA, por tus bellas y deliciosas palabras que dejaste en mi blog "El Paisaje"....Seguiremos en contacto...todo un placer... ciao
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