A situação atual do Corpo de Bombeiros do Rio de Janeiro está uma vergonha. A prisão dos soldados é uma agressão aos grandes heróis desse país. Bombeiro faz tudo, só falta sair para as ruas e prender bandidos.
Quando, numa situação insustentável, os militares não aguentando mais, tomam uma decisão desesperada, não são ouvidos e o poder público como se fosse surdo, ignora o clamor de uma classe que já não aguenta mais tanto desaforo, tanta falta de consideração. Na hora de apagar um incêndio, recolher defuntos, tirar motoristas irresponsáveis das ferragens de carros envolvidos em acidentes automobilísticos, salvar o gato da vizinha que subiu numa árvore, tirar o cavalo que caiu num bueiro, salvar gente se afogando em mar aberto, tirar pessoas soterradas nas imensas quantidades de catástrofes acontecidas no Estado do Rio de Janeiro, principalmente, levar mantimentos para áreas de riscos, onde só os bombeiros podem entrar, recolher animais peçonhentos, cobras venenosas nos quintais por aí afora, nessa hora, só nessa hora, os rapazes são lembrados. Na hora de pagar de forma decente, esses bravos guerreiros, nada é feito. Que país é esse? Admirada estou com o Senhor, governador Cabral, um jovem estadista, que sabe das necessidades de um pai de família em construção, agir da forma que agiu. Cadê a poesia que embalou a sua infância?
Governador Sérgio, o Senhor tem um pai que, com certeza, passou para o Senhor, toda a beleza de ser um homem delicado e apaixonado pela vida e que antes de qualquer coisa, sempre soube o valor de uma conversa amena. Sei, governador, que não conseguimos nada com violência mas o senhor deveria relevar e deixar esses meninos tão violentados pelo peso que essa farda lhes impôs, em liberdade. E como um cavalheiro, perdoar e arranjar uma solução para essa classe. Vamos combinar? Os caras trabalham e merecem uma folga. Liberta os meninos, em nome da poesia de Cora Coralina:
"Poeminha Amoroso"
Este é um poema de amor tão meigo, tão terno, tão teu...
É uma oferenda aos teus momentos
de luta e de brisa e de céu...
E eu,
quero te servir a poesia
numa concha azul do mar
ou numa cesta de flores do campo.
Talvez tu possas entender o meu amor.
Mas se isso não acontecer,
não importa.
Já está declarado e estampado
nas linhas e entrelinhas
deste pequeno poema,
o verso;
o tão famoso e inesperado verso que
te deixará pasmo, surpreso, perplexo...
eu te amo, perdoa-me, eu te amo...
Governador Cabral, que haja olhos para ver e amor para entender.
Mônica Banderas
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