domingo, 22 de fevereiro de 2009

As idiossincrasias do quintal



É muito engraçado o movimento das plantas num quintal. Quando chove muito, quando venta, quando faz sol de rachar. Cada parte da planta sofre uma ação diferente e é emocionante essa luta pela vida, todos os dias. Um pé de mamão que secou, deixou antes de partir, uma muda que hoje já está dando a fruta. É como se fosse um agradecimento por tantas aguadas que lhe foram dadas. Uma rosa que nasce pequena quando o pé é de rosa grande, mas ela assim mesmo, para não deixar de ofertar uma flor dá aquela mínima com tanto amor que brilha debaixo de um céu azul maravilhoso. O pé de pitanga, tombando, quase sem conseguir ficar de pé, mas com pontos vermelhos deliciosos prontos para serem devorados.
Das plantas, passo para os animais. Houve uma tragédia aqui em casa, quando três cachorros da vizinha entraram no quintal e mataram variados bichos: pintos, marrecos, patos, galinhas e galos. Nesse dia eu perdi a compostura com a vizinha, coisa que eu nunca fiz, eu falei tantos palavrões para ela que fiquei chocada comigo mesma. Mas ela também foi dizer que eu me danasse com meus bichos que ela não tinha culpa se os cachorros dela tinham fugido. Mas acho que delicadamente, poderia ter pedido desculpas. Não pediu, ouviu o meu baixo vocabulário. Mas, isso foi só para contar o que aconteceu com uma pata que foi agressivamente atacada, teve a asa partida em três lugares e a outra parte foi devorada na metade. Vocês acreditam que essa pata foi para o veterinário, levou alguns pontos, o Dr. Daniel da Hora, pôs uma tala providencial e com todas as chances de morte, a pata sobreviveu e nos dá uma lição de vida a cada dia, procurando sempre lutar por um espaço e escolhendo aonde ficar e o que comer, ela não gosta muito de milho e ataca a ração dos cachorros e para isso, ela atravessa a outra parte do quintal e busca o que quer comer. Essa não desiste nunca, é pata brasileira.
Os pintos, quando têm como mãe aquelas galinhas sem muita paciência que não se importam com o crescimento dos filhos, tomam logo uma atitude. Eles começam a procurar esconderijos seguros para dormir sozinhos. Acho isso uma das grandes viradas na vida das galinhas. Desde cedo, o instinto de sobrevivência.
E assim acontece com toda a natureza. Estamos sempre recebendo lições. E nem sempre aprendemos.

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O patinho feio