Zonas úmidas (ou húmidas) são áreas de pântano, charco, paul, sapal, turfa ou água, naturais ou artificiais, permanentes ou temporárias, que normalmente albergam uma grande biodiversidade, tanto em termos de plantas como de animais aquáticos, ou os que se alimentam daqueles.
Podem ter água estagnada ou corrente, doce, salobra ou salgada, incluindo áreas de água marinha com menos de seis metros de profundidade na maré baixa, como os mangais e recifes de coral. Podem ser alimentados por água subterrânea, por rios ou por outras zonas húmidas e podem estar secos durante uma parte do ano, mas o período em que se encontram inundadas é suficiente para manter o ecossistema vivo.
Papel ecológico das zonas húmidas
As zonas húmidas são por vezes consideradas ecótonos, zonas de transição entre o rio ou o mar e o ambiente terrestre. Apesar de muitas vezes possuirem espécies próprias, como as espécies de árvores do mangal, ou o caniço, em zonas alagadas de água doce, abrigam geralmente espécies de animais aquáticos próprias dos ecossistemas terrestres circundantes. Em termos de mamíferos, várias espécies utilizam estes ecossistemas para se alimentarem dos vegetais e frutas que ali se desenvolvem e doutros pequenos animais, para além de poderem ser locais de banho ou abeberagem de animais maiores.
Algumas espécies características destes habitats são as aves que se alimentam de peixes e outros animais aquáticos, como os pelicanos, flamingos e várias espécies de garças e águias. Muitas destas populações encontram-se em estado crítico de conservação, quer por redução ou perda de qualidade do seu habitat preferencial, quer pela sua utilização excessiva pelo homem.
Pela sua biodiversidade e fácil acesso, as zonas húmidas são importantes áreas para o ecoturismo, como a observação de aves e outros animais, ou mesmo como balneários. Muitas das espécies, principalmente de plantas, podem ainda ser utilizadas pelo homem de forma sustentável, tendo assim um valor económico direto.
Outro importante papel que estas zonas jogam no meio ambiente é o controlo de cheias, por suportarem um grande volume de água. Por sua vez, os mangais protegem a costa da erosão marinha e são inclusivamente responsáveis pelo avanço da linha de costa.
Conservação
Durante muitos anos, com o desenvolvimento industrial, muitas zonas húmidas foram aterradas para fins de habitação, indústria ou para rodovias.
Com o avanço dos conhecimentos sobre o papel destes ecossistemas e da responsabilidade ambiental, nos últimos anos muitos países têm legislação virada à sua conservação. Na arena internacional, foi assinada a 2 de Fevereiro de 1971 a Convenção de Ramsar ou “Convenção sobre as Zonas Húmidas de Importância Internacional, especialmente enquanto «Habitat» de Aves Aquáticas”. Ao abrigo desta convenção, muitas zonas húmidas foram consideradas “de importância internacional”, sendo que os países que as albergam obrigam-se a promover o seu estudo e conservação, para o que podem beneficiar de financiamento e assistência internacional.


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